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sábado, 24 de dezembro de 2011

O rei Salomão e o anel mágico

     O rei Salomão foi um dos mais sábios de todos os homens. Ele entendia até mesmo a linguagem dos pássaros e de outros animais. Por ser tão inteligente, às vezes ficava tão feliz e não se comportava como um rei. Outras vezes ficava tão triste, que tudo lhe parecia sombrio e sem esperança.
Numa manhã, ao sair para ir ao Mercado, viu lojistas vendendo seus produtos e crianças brincando na rua. De repente, avistou um comerciante contando vantagem: “Eu sou o maior joalheiro de toda a Terra. Ninguém faz uma joia como eu!”.

     Salomão não gostou de ouvir alguém tão convencido. Foi até o homem e disse: “Você realmente acha que é o joalheiro mais talentoso da Terra? Então, eu quero que me faça um anel que me deixe calmo quando estiver muito feliz e eufórico. E quando eu estiver triste e deprimido, me levante o ânimo. A joia deverá ser entregue até amanhã à noite.”.
     O comerciante ficou muito preocupado com a ordem do rei, porque era um simples artesão. Foi para casa triste e amedrontado, pensando como faria para produzir tal anel. Pensou muito e, tendo uma ideia, começou a criar o anel, moldando-o em ouro enquanto trabalhava.
     No dia seguinte, correu para o palácio levando o anel para o rei. O rei Salomão olhou para o anel e para o comerciante, concordando com a cabeça. “Você realmente realizou o meu pedido. Toda vez que eu olhar para esse anel, saberei que as tristezas são temporárias e que os momentos alegres também se vão.” No anel estava gravado:
                             “ISSO TAMBÉM PASSARÁ”.

     A vida é feita de momentos. Momentos em que nos faltam o chão, quando nos sentimos incapazes de ultrapassar os obstáculos que nos cegam não deixando que vejamos soluções para resolvê-los. Nesta hora esquecemos que nada nos é dado sem que tenhamos condição da superação.
     “Preocupações não ajudam o presente, mas seguramente arruínam o futuro.”
     Momentos de muita alegria, felicidade e paz farão parte do nosso viver e gostaríamos de eternizá-los.
     Mas é nesse vai-e-vem que a vida mostra que tudo tem um motivo para ser vivido, sendo das dificuldades que tiraremos força para o nosso crescimento, nossa evolução, nossa sabedoria de vida, encontrando a fé no Divino.
     Neste conto, o rei Salomão, considerado o Sábio dos sábios, reconhece que a vida sempre nos proporciona duas faces, e nenhuma delas é eterna. Assim como gira o mundo, as alegrias e tristezas seguem o mesmo caminho, fazendo com que encontremos o nosso equilíbrio e reconhecendo que             “ISSO TAMBÉM PASSARÁ

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Contradições

     Conta-se que dois amigos em um restaurante encomendaram ao garçom um mesmo prato.
     Quando o garçom trouxe os dois pratos, havia duas partes distintas, uma delas bastante maior que a outra. Os dois amigos começaram a fazer cerimônia, dizendo que o outro que escolheria primeiro. Finalmente, um deles tomou a iniciativa e escolheu a parte maior.
     O outro ficou horrorizado e não se conteve:
    “Não acredito no que você fez!”
     O primeiro, surpreso, disse: “Mas o que foi que eu fiz?”
     “O que você fez? Você viu que tinham duas postas diferentes, uma maior e a outra menor... e você foi logo pegando o maior!”
     “Mas o que você teria feito no meu lugar?” - indagou o primeiro.
     “É óbvio que eu teria pegado o menor.”
     O primeiro então concluiu: “E então... qual é o seu problema?”

     As palavras muitas vezes têm sentido contraditório e a resposta está no sentir. A vulnerabilidade das nossas emoções nos faz transformar uma palavra num sentimento dúbio de verdade e mentira, fazendo com que situações sem importância caiam num vazio, em que recuperar o perdido seja difícil sem deixar marcas.
     Não assumir a consequência de nossos atos, transferindo ao outro as decisões que temos de assumir, faz com que sintamos incômodo pelas atitudes que não tomamos.
    Estamos sujeitos a nos eximir de atos que possam nos constranger, refletindo um conflito em lidar com a imagem que muitas vezes vemos espelhadas ao nos olharmos.

     “É fácil censurar os outros; difícil é ser censor dos próprios atos"
                                                                                      (texto judaico)