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quarta-feira, 2 de novembro de 2011

DESAFIOS

          Certo rabino era adorado por sua comunidade; todos ficavam encantados com o que dizia.
          Menos Isaac, que não perdia uma chance de contradizer as interpretações do rabino e apontar falhas em seus ensinamentos. Os outros ficavam revoltados com Isaac, mas não podiam fazer nada.
          Um dia, Isaac morreu. Durante o enterro, a comunidade notou que o rabino estava profundamente triste.
          - Por que tanta tristeza? – comentou alguém. – Ele vivia colocando defeito em tudo o que o senhor dizia.
          - Não lamento por meu amigo que hoje está no céu – respondeu o rabino. – Lamento por mim mesmo. Enquanto todos me reverenciam, ele me desafiava, e eu era obrigado a melhorar. Agora que ele se foi, tenho medo de parar de crescer.
           “A verdadeira sabedoria é aquela que permite a discussão e a dúvida.”


          Somos constantemente testados e provados para o que queremos perguntar, sabendo que perguntas e respostas se contradizem e se opõem mutuamente necessitando discernir sua origem e finalidade.
          O objetivo deste conto é nos fazer refletir sobre os desafios dos “porquês”.
          Na relação professor x aluno, este questionamento deve estar sempre presente. O bom professor é aquele que não se preocupa em ser questionado, gosta de desafios e aprende com seus alunos
          Existem, em toda a verdade, opiniões admitidas como válidas e que aparentemente têm sentido - são os paradoxos.
          Toda pergunta/resposta depende das verdades de quem as tem, as diz e as ouve. Todo questionamento leva ao pensamento crítico e lógico da inteligência, ao desafio da capacidade de cada um elaborar seus pensamentos. Uma indagação leva sempre a outras, adicionando e contribuindo para o desenvolvimento dos padrões do nosso saber.
          No judaísmo a pergunta é mais valorizada que a resposta.
          “O essencial não é encontrar a verdade, e sim pesquisar e procurá-la.”

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