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sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Contradições

     Conta-se que dois amigos em um restaurante encomendaram ao garçom um mesmo prato.
     Quando o garçom trouxe os dois pratos, havia duas partes distintas, uma delas bastante maior que a outra. Os dois amigos começaram a fazer cerimônia, dizendo que o outro que escolheria primeiro. Finalmente, um deles tomou a iniciativa e escolheu a parte maior.
     O outro ficou horrorizado e não se conteve:
    “Não acredito no que você fez!”
     O primeiro, surpreso, disse: “Mas o que foi que eu fiz?”
     “O que você fez? Você viu que tinham duas postas diferentes, uma maior e a outra menor... e você foi logo pegando o maior!”
     “Mas o que você teria feito no meu lugar?” - indagou o primeiro.
     “É óbvio que eu teria pegado o menor.”
     O primeiro então concluiu: “E então... qual é o seu problema?”

     As palavras muitas vezes têm sentido contraditório e a resposta está no sentir. A vulnerabilidade das nossas emoções nos faz transformar uma palavra num sentimento dúbio de verdade e mentira, fazendo com que situações sem importância caiam num vazio, em que recuperar o perdido seja difícil sem deixar marcas.
     Não assumir a consequência de nossos atos, transferindo ao outro as decisões que temos de assumir, faz com que sintamos incômodo pelas atitudes que não tomamos.
    Estamos sujeitos a nos eximir de atos que possam nos constranger, refletindo um conflito em lidar com a imagem que muitas vezes vemos espelhadas ao nos olharmos.

     “É fácil censurar os outros; difícil é ser censor dos próprios atos"
                                                                                      (texto judaico)

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