Um homem muito pobre vai até o rabino pedir um conselho e relata que não aguenta mais as condições na qual sua família vive. Com dez filhos, morando em um pequeno casebre composto de um único cômodo, o homem fala de seu desespero ao ter crianças por todo lado e viver sem nenhum espaço. . O rabino ouve silenciosamente todas as mazelas do homem e, então, pergunta:
- “Acaso vocês possuem um vaca?”
- “Vaca?”, perguntou o homem, não compreendendo a conexão. - “Sim, dispomos de uma vaca leiteira que nos supre de leite e derivados!”
“Muito bem. Isso é o que você vai fazer...”, disse o rabino resoluto. - “Pegue a vaca e coloque-a para dentro da casa. Faça isso pelo período de uma semana e, então, retorne.”
Incrédulo, o homem obedeceu. Passada a semana, ele retornou ainda mais desesperado.
O rabino perguntou:
- “Como está tudo?
-”Tudo que me faltava era aquela vaca fazendo necessidades na casa e ocupando o pouco espaço que tanto disputávamos.”
- “Muito bem. Pois tire a vaca de agora em diante e retorne em uma semana.” -disse o rabino, em tom sábio.
Finda a semana, o homem aparece com ar irreconhecível. Estava descansado e eufórico. O rabino perguntou:
- “Como anda tudo?”
- “Nunca esteve tão bem. Desde o dia em que aquela vaca saiu de nossa casa a vida mudou. Temos lugar para todos e descobrimos quão espaçosa é nossa casa!”
Este conto nos mostra o quanto é difícil aceitar as adversidades que a vida nos apresenta.
Ao buscarmos na ilusão dos sentidos uma realidade que criamos como nossa, deformamos a interpretação de atos e atitudes, confundindo o que somos com o que desejamos.
Almejando o que não está ao nosso alcance, ambicionando o que não conquistamos, perdemos a conexão com o que construímos com nosso esforço e que por direito nos pertence. Deixamos que a percepção do “bem maior” se transforme no desespero do “não ter.”
Na resolução dos problemas e nas situações que vivemos, nem sempre encontramos solução. A resposta é tão óbvia, que não a percebemos sem uma sábia ajuda.
Colocando mais um problema na vida do homem e retirando-o após algum tempo, temos a sensação que a solução era tão simples que, à dificuldade, dávamos uma falsa dimensão. Precisamos de algo externo para dar valor ao que temos, reconhecendo que recebemos tudo o que necessitamos e que é necessário olhar à nossa volta e agradecer cada bem recebido, as muitas coisas que nos fazem ter motivo de viver. O resto não passa de pura ilusão.
“As ilusões enlouquecem os homens.”
segunda-feira, 26 de setembro de 2011
quinta-feira, 15 de setembro de 2011
A ESCURIDÃO
Um homem estava agachado no chão procurando algo. Um amigo se aproximou e, vendo aquela situação, perguntou:
-Você perdeu algo?
-Sim, perdi uma chave e não consigo encontrar - respondeu o homem.
O amigo de imediato se pôs a ajudar na procura. Após vasculhar uma região considerável à sua volta, o amigo perguntou, frustrado:
-Tem certeza que você perdeu a chave neste lugar?
-Aqui? Não...não foi aqui que eu perdi. Eu a perdi lá! – disse, apontando para um lugar distante.
Indignado, o amigo reclamou:
- E por que você está procurando aqui, se você perdeu lá?
- Ah... é porque aqui está claro e dá para procurar... Lá está muito escuro!
Na escuridão, sentimentos e temores criam forma, buscando uma fuga para o desconhecido. E o medo do desconhecido nos leva a libertar uma realidade, que, dependendo da forma como se manipula a imaginação, o mundo será qualquer coisa que desejemos ou precisemos que seja.
Se conseguirmos enfrentar e tomar decisões para não nos perdermos nele, encontraremos a nossa própria luz, conciliando contradições e fazendo com que pensamentos deixem de ser pensamentos, vendo tanto dentro quanto fora de nós mesmos.
Esse recurso interior é a busca para encontrarmos nossa individualidade e chegarmos à nossa verdadeira luz.
É dessa dualidade de escuridão e luz, nessa projeção de desejo e necessidade, que tiramos a capacidade de sobreviver à nossa criação.
“Como o mundo é claro e belo, quando não nos perdemos nele, e como é escuro o mundo, quando nos perdemos nele."
-Você perdeu algo?
-Sim, perdi uma chave e não consigo encontrar - respondeu o homem.
O amigo de imediato se pôs a ajudar na procura. Após vasculhar uma região considerável à sua volta, o amigo perguntou, frustrado:
-Tem certeza que você perdeu a chave neste lugar?
-Aqui? Não...não foi aqui que eu perdi. Eu a perdi lá! – disse, apontando para um lugar distante.
Indignado, o amigo reclamou:
- E por que você está procurando aqui, se você perdeu lá?
- Ah... é porque aqui está claro e dá para procurar... Lá está muito escuro!
Na escuridão, sentimentos e temores criam forma, buscando uma fuga para o desconhecido. E o medo do desconhecido nos leva a libertar uma realidade, que, dependendo da forma como se manipula a imaginação, o mundo será qualquer coisa que desejemos ou precisemos que seja.
Se conseguirmos enfrentar e tomar decisões para não nos perdermos nele, encontraremos a nossa própria luz, conciliando contradições e fazendo com que pensamentos deixem de ser pensamentos, vendo tanto dentro quanto fora de nós mesmos.
Esse recurso interior é a busca para encontrarmos nossa individualidade e chegarmos à nossa verdadeira luz.
É dessa dualidade de escuridão e luz, nessa projeção de desejo e necessidade, que tiramos a capacidade de sobreviver à nossa criação.
“Como o mundo é claro e belo, quando não nos perdemos nele, e como é escuro o mundo, quando nos perdemos nele."
terça-feira, 6 de setembro de 2011
A PEDRA PRECIOSA
Um rapaz do interior foi para a cidade grande trabalhar numa fábrica. Quando conseguiu juntar algum dinheiro, comprou roupas novas, sapatos novos e até um anel de ouro com uma pedra preciosa. E voltou para a sua aldeia a fim de exibir seu sucesso.
Chegando à aldeia, foi logo cercado por amigos e conhecidos, ansiosos em saber notícias da cidade. Ele contou sobre as lojas, as roupas, as joias e sobre todas as maravilhas que se pode comprar.
- Meu filho, que utilidade tem essa pedra? - perguntou um sábio.
- Utilidade? Para quê? Ela só é bonita. Isso não é suficiente?
- Eu conheço outra pedra preciosa que, ao mesmo tempo, é útil. Venha, eu lhe mostro.
- Eu quero ver - disse o rapaz duvidando que naquela aldeia pobre pudesse haver tal pedra.
O sábio levou-o até o moinho e mostrou a mó – a pedra do moinho. Com ela moía o trigo e o milho e com isso alimentava a população do lugar.
- Estas são pedras preciosas, não por serem bonitas somente, mas por serem úteis.
Diz um provérbio judaico em sua total sabedoria: ”Não há melhor negócio que a vida. A gente a obtém em troca de nada”.
Ao valorizarmos o vazio, esquecemos das coisas simples que recebemos do Criador e nos deixamos levar pelo supérfluo.
Quando nos descaracterizamos de nós mesmos, deixamos de ver o que é visto: o que está dentro do “olhar”.
As ilusões nos tornam cegos diante do que é evidente “não há antes e não há depois”, o que há é a busca da nossa sobrevivência, da nossa fé e da nossa esperança.
Na busca do brilho que ofusca, da inutilidade do belo que nada produz, da ilusão que nos faz buscar o que se pode comprar sem que se traduza no bem comum, perdemos a dimensão do oculto, o que nos faz crescer espiritualmente, fazendo com que não tenhamos controle sobre o que vemos no nosso interior.
E nessa troca do NADA recebemos – TUDO
Chegando à aldeia, foi logo cercado por amigos e conhecidos, ansiosos em saber notícias da cidade. Ele contou sobre as lojas, as roupas, as joias e sobre todas as maravilhas que se pode comprar.
- Meu filho, que utilidade tem essa pedra? - perguntou um sábio.
- Utilidade? Para quê? Ela só é bonita. Isso não é suficiente?
- Eu conheço outra pedra preciosa que, ao mesmo tempo, é útil. Venha, eu lhe mostro.
- Eu quero ver - disse o rapaz duvidando que naquela aldeia pobre pudesse haver tal pedra.
O sábio levou-o até o moinho e mostrou a mó – a pedra do moinho. Com ela moía o trigo e o milho e com isso alimentava a população do lugar.
- Estas são pedras preciosas, não por serem bonitas somente, mas por serem úteis.
Diz um provérbio judaico em sua total sabedoria: ”Não há melhor negócio que a vida. A gente a obtém em troca de nada”.
Ao valorizarmos o vazio, esquecemos das coisas simples que recebemos do Criador e nos deixamos levar pelo supérfluo.
Quando nos descaracterizamos de nós mesmos, deixamos de ver o que é visto: o que está dentro do “olhar”.
As ilusões nos tornam cegos diante do que é evidente “não há antes e não há depois”, o que há é a busca da nossa sobrevivência, da nossa fé e da nossa esperança.
Na busca do brilho que ofusca, da inutilidade do belo que nada produz, da ilusão que nos faz buscar o que se pode comprar sem que se traduza no bem comum, perdemos a dimensão do oculto, o que nos faz crescer espiritualmente, fazendo com que não tenhamos controle sobre o que vemos no nosso interior.
E nessa troca do NADA recebemos – TUDO
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