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domingo, 10 de julho de 2011

Três Eliahus num Seder

    Na véspera de Pessach, Eliahu completou seis anos e já sabia o Má Nishtaná. No Seder, seu pai lia a Hagadá e chegando à passagem “Shooh Chamatchá”, disse a seu filho:
    - Eliahu, abra a porta para Eliahu Hanavi. Eliahu abriu a porta e viu um senhor encurvado aproximando-se. Eliahu chamou-o:
    - Venha Eliahu Hanavi. Bem-vindo seja.
    O senhor respondeu:
    -Eu não sou Eliahu Hanavi, apesar de que também me chamo Eliahu.  Eu sou Eliahu, o pobre. Sou sozinho no mundo, não tenho família e  até agora não encontrei onde passar o Seder. Quem sabe seus pais  me convidam?
    Os pais ouviram a conversa dos dois e disseram:
    -Venha, visitante, passe o Seder conosco. Seja bem-vindo.
    Eliahu achou engraçado e disse:
    - Agora nós somos três Eliahus à mesa:
    Eliahu - o visitante
    Eliahu - o menino
   Eliahu Hanavi -o invisível.



    Esse pequeno conto nos lembra a proximidade de uma das maiores festividades da Tradição Judaica – o Êxodo do Egito, onde Moisés lidera seu povo, levando-o da escravidão para a liberdade.
     “Em todas as gerações cumpre-nos relatar a saída do Egito e a busca da Liberdade e discutir seu significado, a fim de assumirmos, plenamente, a nossa missão de indivíduos atuantes e responsáveis”.
Conta o Midrash que, na hora da travessia do Mar Vermelho, quando tropas egípcias se afogavam na perseguição aos hebreus, os anjos romperam em gritos de alegria, quando o Eterno mandou que se calassem ao dizer “minhas criatura se afogam no mar e vocês entoam cantos”.
     Essas palavras, transportadas para nossos dias, levam-nos a refletir e lembrar o valor e o respeito a cada vida humana.
     A leitura da Hagadá nos passa a mensagem de que se aproxima a era da justiça e da paz com a vinda do Messias. Para isso é necessário eliminar a fermentação de sentimentos nocivos, que alimentamos dentro de nós, como o orgulho, o ódio, a injustiça, a inveja, e tudo que nos prende, nos acorrenta, nos deixa “escravos”. É importante questionarmos o sentido da vida para que tenhamos, plenamente, a consciência da liberdade na qual vivemos, assumindo a responsabilidade que cada um tem pelo seu semelhante.

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