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terça-feira, 30 de agosto de 2011

A LANTERNA

          Conta-se que um homem se perdeu numa  floresta. Buscou de todas as formas uma saída, mas não a encontrava. Ao anoitecer, quando estava prestes a se desesperar, viu ao longe uma luz. Logo pôde distinguir que se tratava de um homem com uma lanterna. Ficou radiante, certo de que estava salvo.       Aproximou-se dizendo:
         - Estava perdido, mas pela graça dos céus encontrei-o! O homem da lanterna respondeu com ar pesaroso:
         -Eu sinto muito... eu também estou perdido! Mas não se desespere. Você sabe por onde buscou a saída e eu sei por onde tentei. Juntos  temos mais chances de encontrarmos o caminho!
         Enquanto buscava se consolar, viu que o homem da lanterna tinha os olhos fechados. Exclamou: -Você é cego!
        -Sim, respondeu.
        -Mas, então, por que você precisa de uma lanterna?
        -Ah... a lanterna não é para mim... não é para que eu veja, mas para que os outros me vejam!
  
        A luz que os olhos nos permitem ver, nem sempre é a que deixa com que enxerguemos nossa alma. E é nesse interior que permitimos nos perder ou descobrir o caminho que projetamos encontrar.
        A forma com que visualizamos, em nossa mente, a noção da claridade interna nos faz enxergar o que não queremos ver.
        Da escuridão, o Criador nos deu a vida e, dessa dualidade surgiu o claro e o escuro, a certeza e a incerteza do que acontece e do que poderá acontecer. Nos caminhos que traçamos seguir, muitos obstáculos farão com que ocultemos o visível e, deixemos de iluminar a trilha a percorrer nos perdendo na falta de objetivos precisos do que queremos encontrar e, assim... perdemos-nos de nós mesmos.
         E, é neste lugar que D’us, que tudo vê, permite, nos vermos em nossa essência, na condição de quem é visto, mas não se vê.
        Encontramos nosso caminho ao iluminarmos nossas vidas, não com a visão dos olhos e sim com a visão da alma.
       “A luz é especialmente apreciada após a escuridão.”

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