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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

O RICO E O SÁBIO

     Um sábio muito pobre chegou a uma cidade e lá soube que havia um rico que recebia a todos muito bem. Foi à casa dele e teve a surpresa desagradável de não ser recebido, pois suas roupas estavam velhas e rasgadas.
     No dia seguinte conseguiu roupas boas, novas e voltou à casa do rico. Dessa vez foi bem  recebido, com todo o respeito e honras. Convidado a comer com a família começou a colocar comida nos bolsos.
     - O que é isso, meu amigo? Não precisa guardar no bolso. Há bastante comida.
     - Eu não estou guardando nos bolsos para depois. Eu estou dando de comer para a roupa, pois que por ela eu entrei aqui. Ontem, quando eu vim com roupa velha e rota, vocês não me receberam e nem uma migalha de pão me deram. O que eu recebo hoje devo a minha roupa e não a minha pessoa.
     O rico abaixou a cabeça e cobriu o rosto de vergonha.


    No mundo do “aparente” em que vivemos, a essência de cada um tornou-se algo dispensável e o que se produz, buscando a beleza externa, ultrapassou a fronteira do que realmente tem significado para uma vida repleta de sentimentos éticos e de uma boa conduta moral.
   Temos o propósito de aperfeiçoar nossa imagem no lugar de nós mesmos,  produzindo apenas a sombra do que somos. Nada do que parece diz como as coisas são em si: são assim as grandezas aparentes.
   O que nutre nosso ego nos leva a quebrar regras e a valorizar o vazio dos valores – a ilusão da beleza do que parece ser.
   É necessária uma reformulação do “aparente” em que o “ser” é mais importante do que o “parecer”.
   A vestimenta que aparentamos usar faz com que esqueçamos palavras tão singelas: “Se pensares em toda beleza que ainda deixaram a tua volta, já tens motivos para te sentires feliz.” (Anne Frank)


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