No dia seguinte conseguiu roupas boas, novas e voltou à casa do rico. Dessa vez foi bem recebido, com todo o respeito e honras. Convidado a comer com a família começou a colocar comida nos bolsos.
- O que é isso, meu amigo? Não precisa guardar no bolso. Há bastante comida.
- Eu não estou guardando nos bolsos para depois. Eu estou dando de comer para a roupa, pois que por ela eu entrei aqui. Ontem, quando eu vim com roupa velha e rota, vocês não me receberam e nem uma migalha de pão me deram. O que eu recebo hoje devo a minha roupa e não a minha pessoa.
O rico abaixou a cabeça e cobriu o rosto de vergonha.
No mundo do “aparente” em que vivemos, a essência de cada um tornou-se algo dispensável e o que se produz, buscando a beleza externa, ultrapassou a fronteira do que realmente tem significado para uma vida repleta de sentimentos éticos e de uma boa conduta moral.
Temos o propósito de aperfeiçoar nossa imagem no lugar de nós mesmos, produzindo apenas a sombra do que somos. Nada do que parece diz como as coisas são em si: são assim as grandezas aparentes.
O que nutre nosso ego nos leva a quebrar regras e a valorizar o vazio dos valores – a ilusão da beleza do que parece ser.
É necessária uma reformulação do “aparente” em que o “ser” é mais importante do que o “parecer”.
A vestimenta que aparentamos usar faz com que esqueçamos palavras tão singelas: “Se pensares em toda beleza que ainda deixaram a tua volta, já tens motivos para te sentires feliz.” (Anne Frank)
Nenhum comentário:
Postar um comentário